MEDULLA S. THOMAE AQUITATIS PER OMNES ANNI LITURGICI DIES DISTRBUITA, SEU MEDITATIONES EX OPERIBUS S. THOMAE DEPROMPTAE
Recopilação e ordenação de
FR. Z. MÉZARD O. P.
OBSERVAÇÃO
Todos os títulos com asterisco contêm material que hoje
não mais se atribui a Santo Tomás de Aquino

34. Segunda-feira depois do I Domingo da Paixão: A Paixão de Cristo é remédio contra todos os pecados
Segunda-Feira da I semana da Paixão
A todos os males que contraímos pelo pecado, encontramos remédio na Paixão de Cristo. Contraímos pelo pecado cinco males:
O primeiro, é a própria mancha do pecado. Quando um homem peca, conspurca a sua alma, porque, como a virtude embeleza, o pecado a enfeia. Lê-se em Barruch: "Por que estás, ó Israel, na terra dos inimigos, e te contaminaste com os mortos?" (Br 3, 10).
Mas a Paixão de Cristo lavou esta mancha. Cristo, na sua Paixão, fez do seu sangue um banho para nele lavar os pecadores: "Lava-os do pecado no sangue" (Ap 1, 5). No Batismo a alma é lavada no Sangue de Cristo, por que este recebe do Sangue de Cristo a força regeneradora. Por isso, quando alguém batizado se macula pelo pecado, faz uma injúria a Cristo e o seu pecado é maior que o cometido antes do batismo. Lê-se na Carta aos Hebreus: "O que desprezou a lei de Moisés, após ouvido o testemunho de dois ou três, deve morrer" (Heb 10, 28-29). Como não deve merecer maiores suplícios, aquele que pisou no Sangue do Filho de Deus e considerou impuro o Sangue da Aliança?
O segundo mal que contraímos pelo pecado é nos tornarmos objeto da aversão de Deus. Assim como quem é carnal ama a beleza da carne, do mesmo modo Deus ama a beleza espiritual, que é a beleza da alma. Quando, por conseguinte, a alma se deixa contaminar pelo mal do pecado, Deus fica ofendido e odeia o pecador. Lê-se no Livro da Sabedoria: "Deus odeia o ímpio e a sua impiedade" (Sb 14, 9). Mas a Paixão de Cristo remove essas coisas, por que ela satisfez ao Pai ofendido pelo pecado, cuja satisfação não poderia vir do homem. A caridade e a obediência de Cristo foram maiores que o pecado e a desobediência do primeiro homem.
O terceiro mal é a fraqueza. O homem, pecando pela primeira vez, pensa que depois pode abster-se do pecado. Acontece, porém, o contrário: debilita-se pelo primeiro pecado e fica inclinado a pecar mais. O pecado vai dominando cada vez mais o homem, e este, por si mesmo, coloca-se em tal estado que não pode mais se levantar. É como alguém que se lançou num poço. Só pode sair dele pela força divina. Depois que o homem pecou, a nossa natureza ficou debilitada, corrompida, e, por isso mesmo, ficou ele mais inclinado para o pecado.
Mas Cristo diminuiu essa fraqueza e debilidade, bem que não as tenha totalmente apagado.
O homem foi fortalecido pela Paixão de Cristo e o pecado, enfraquecido, de sorte que este não mais o dominará. Pode, por esse motivo, auxiliado pela graça divina, que é conferida pelos sacramentos cuja eficácia recebem da Paixão de Cristo, esforçar-se para sair do pecado. Lê-se em S. Paulo: "O nosso velho homem foi crucificado juntamente com Ele, para que fosse destruído o corpo do pecado" (Rm 6, 6). Antes da Paixão de Cristo, poucos havia sem pecado mortal. Mas, depois dela, muitos viveram e vivem sem pecado mortal.
O quarto mal é a obrigação que temos de cumprir a pena do pecado. A justiça de Deus exige que o pecado seja punido, e a pena é medida pela culpa. Como a culpa do pecado é infinita, porque ela vai contra o bem infinito, Deus, cujo mandamento o pecador desprezou, também a pena devida ao pecado mortal é infinita.
Mas Cristo pela sua Paixão livrou-nos dessa pena, assumindo-a Ele próprio. Confirma-o S. Pedro: "Os nossos pecados (i. é., a pena do pecado) Ele carregou no seu corpo" (1 Pd 2, 24).
Foi de tal modo exuberante a virtude da Paixão de Cristo, que ela só foi suficiente para expirar todos os pecados de todos os homens, mesmo que fossem em número de milhões. Eis o motivo pelo qual aquele que foi batizado, foi também purificado de todos os pecados. É também por este motivo que os sacerdotes perdoam os pecados. Do mesmo modo, aquele cujo sofrimento mais se assemelha ao da Paixão de Cristo, consegue um maior perdão e merece maiores graças.
O quinto mal contraído pelo pecado foi nos termos tornados exilados do reino do céu. É natural que aqueles que ofendem o rei sejam obrigados a sair da pátria. O homem foi afastado do paraíso por causa do pecado: Adão imediatamente após o pecado foi expulso do paraíso, e sua porta lhe foi trancada. Mas Cristo, pela sua Paixão, abriu aquela porta e novamente chamou os exilados para o reino. Quando foi aberto o lado de Cristo, foi também a porta do paraíso aberta; quando o seu Sangue foi derramado, a mancha foi apagada, Deus foi aplacado, a fraqueza foi afastada, a pena foi expiada, e os exilados foram convocados para o reino. Por isso é que foi logo dito ao ladrão: "Estarás hoje comigo no Paraíso" (Lc. 23, 43). Observe-se que nesse momento não foi dito — outrora; que também não foi dito a outrem — nem a Adão, nem a Abraão, nem a David; foi dito, hoje, isto é, logo que a porta foi aberta, e o ladrão pediu e recebeu perdão. Lê-se na carta aos Hebreus: "Confiantes na entrada no santuário pelo Sangue de Cristo" (Heb. 10, 19). Fica assim esclarecido como a Paixão de Cristo foi útil, enquanto remédio contra o pecado.
In Symb.
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
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quotingTítulo da obra em latim
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MEDULLA S. THOMAE AQUITATIS PER OMNES ANNI LITURGICI DIES DISTRBUITA, SEU MEDITATIONES EX OPERIBUS S. THOMAE DEPROMPTAE
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33. Primeiro domingo da Paixão: A Paixão de Cristo
Primeiro domingo da Paixão
«E como Moisés levantou no deserto a serpente, assim também importa que seja levantado o Filho do homem, a fim de que todo o que crê nele tenha a vida eterna.» (Jo 3, 14-15)
Aqui há três coisas que devemos considerar:
1. A figura da Paixão: "E como Moisés levantou no deserto a serpente". Ao povo judeu, que dizia: "a nossa alma está enfastiada deste alimento levíssimo" (Nm 21, 5), Deus, para lhes castigar, enviou serpentes. Em seguida, ordenou que fizessem uma serpente de bronze como remédio contra as serpentes e em figura da Paixão. É próprio da serpente possuir veneno, mas a serpente de bronze não era venenosa. Do mesmo modo, Cristo não tinha pecado, que é um veneno, mas assemelhou-se ao pecador, conforme esta palavra de são Paulo: "enviou Deus seu Filho em carne semelhante à do pecado" (Rm 8, 3). Por isso, Cristo produziu o efeito da serpente de bronze contra o ímpeto das concupiscências abrasadas.
2. O modo da Paixão: "importa que seja levantado o Filho do homem", o que se compreende do levantamento da cruz. Cristo quis morrer levantado:
a) Para purificar o céu. Pela santidade da sua vida, purificara já a terra, restava purificar o ar.
b) Para triunfar sobre o demônio, que prepara a guerra nos ares.
c) Para atrair nossos corações a si: "Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim" (Jo 12, 32).
Ao morrer na Cruz, foi exaltado, pois triunfou de seus inimigos, a ponto de sua morte ser chamada exaltação. Diz o Salmo: "Beberá da torrente no caminho, por isso levantará a sua cabeça" (Sl 109).
E foi a cruz a causa de sua exaltação, como diz são Paulo: "Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso também Deus o exaltou" (Fl 2, 8)
3. O fruto da Paixão. O fruto é a vida eterna. Por isso diz: a fim de que todo o que crê nele, e faça boas boas, não pereça, mas tenha a vida eterna". Este fruto corresponde ao fruto figurado da serpente de bronze. Com efeito, quem se voltasse para ela, curava-se do veneno e salvava sua vida. Volta-se para o Filho do Homem exaltado na cruz quem crê em Cristo crucificado e, assim, curando-se do veneno e do pecado, conserva-se para a vida eterna.
In Joan, III
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
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