Sedevacantista. on Nostr: Os males do individualismo liberal são tão evidentes que parece impossível evitar ...
Os males do individualismo liberal são tão evidentes que parece impossível evitar suas consequências extremas sem realizar profundas reformas políticas. Tais reformas já foram implementadas, de forma mais ou menos explícita, em alguns países do velho e até do novo mundo. No entanto, infelizmente, essas reformas nem sempre foram acompanhadas por uma necessária reforma moral, que é a única base segura para as reconstruções econômicas, sociais e políticas.
A evolução iminente da economia e da política mundial certamente não poupará o Brasil. Por mais jovem que se considere este país, sua civilização costeira está tão impregnada do filosofismo da Revolução Francesa que as concepções sociais vigentes parecem fadadas a não sobreviver na dignidade tranquila de princípios inabaláveis e seguros.
Apesar disso, muitos jovens — que representam o futuro próximo da nação —, mesmo educados na indisciplina rousseaunista de escolas comercializadas e intoxicadas pelo individualismo sentimentalista e feroz, ironicamente chamado de "coleguismo", reconhecem a necessidade de uma decidida reforma nas instituições e costumes do Brasil.
Essa nova geração tem grande interesse nas doutrinas de São Tomás de Aquino, o menos faccioso dos autores políticos. Eles não buscam apoiar soluções específicas para os problemas brasileiros apenas com a autoridade desse grande pensador, mas sim encontrar, em seu pensamento, sugestões fecundas e profundas para a sagrada tarefa da reconstrução nacional.
A política tomista rejeita a paixão partidária e o espírito faccioso. Em "De Regimine Principum," São Tomás defende a monarquia moderada, inspirada na essência das coisas e na experiência dos séculos. Ele reconhece que a tirania, a última perversão do poder, é o perigo natural da monarquia absoluta. São Tomás também está ciente da prepotência dos reis e dos benefícios dos regimes pluralistas, mas sabe, pela experiência histórica, que é talvez mais comum que o governo de muitos se transforme em tirania do que o governo de um só.
Ele cita, a propósito, os Hebreus e os Romanos, enquanto nós poderíamos apontar para o bolchevismo, um singular e significativo defensor da democracia liberal, sem mencionar a conhecida história da república brasileira.
Por isso, São Tomás opta por um poder moderado e forte, cuja unidade natural traz, inerentemente, a melhor e mais segura garantia de união, paz e prosperidade nacional. Toda a sua obra visa ao mesmo objetivo: destruir a tirania pela raiz, por meio da concepção da verdadeira realeza.
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