Petra Veritatis on Nostr: #Quaresma SEXTA-FEIRA DEPOIS DAS CINZAS A Coroa de Espinhos Saí, ó filhas de Sião, ...
#Quaresma
SEXTA-FEIRA DEPOIS DAS CINZAS
A Coroa de Espinhos
Saí, ó filhas de Sião, contemplai o rei Salomão, ostentando o diadema recebido de sua mãe no dia de suas núpcias, no dia da alegria de seu coração (Ct 3, 11).
Esta é a voz da Igreja convidando as almas dos fiéis a contemplarem a beleza maravilhosa de seu esposo. Pois quem são as filhas de Sião senão as filhas de Jerusalém, almas santas, cidadãs daquela cidade que está acima, que com os anjos gozam da paz que não tem fim e, por consequência, contemplam a glória do Senhor?
1. Saí, sacudi os comércios e distúrbios deste mundo para que, com as almas libertas, possais contemplar aquele que amais. Contemplai o rei Salomão, o verdadeiro pacificador, ou seja, Cristo Nosso Senhor.
Ostentando o diadema recebido de sua mãe, como se a Igreja dissesse: "Olhai o Cristo revestido de carne para nós, da carne que Ele recebeu da carne de sua mãe". Pois é a sua carne que aqui é chamada de diadema, a carne que Cristo assumiu por nós, a carne na qual Ele morreu e destruiu o reinado da morte, a carne pela qual, ressuscitando, Ele nos trouxe a esperança da ressurreição.
Tal é o diadema do qual fala São Paulo: Jesus, nós o vemos, por sua Paixão e morte, coroado de glória e de honra (Hb 2, 9). Diz-se que sua mãe o coroa porque foi a Virgem Maria que, de sua própria carne, deu-lhe carne.
No dia de suas núpcias, isto é, na hora de sua Encarnação, quando Ele tomou para si a Igreja sem mácula, sem ruga (Ef 5, 27), o momento em que Deus novamente se uniu ao homem. No dia da alegria de seu coração. Porque a alegria e o contentamento de Cristo é, para a raça humana, a salvação e a redenção. E, voltando para casa, Ele reúne seus amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido (Lc 15, 6).
2. Nós podemos, no entanto, remeter todo esse texto, simples e literalmente, à Paixão de Cristo. Pois Salomão, prevendo através dos séculos a Paixão do Cristo, estava proferindo um alarme para as filhas de Sião, ou seja, para o povo judeu.
Saí, contemplai o rei Salomão, ou seja, o Cristo, com seu diadema, isto é, a coroa de espinhos com a qual sua mãe, a Sinagoga, o coroou; no dia de suas núpcias, o dia em que Ele reuniu em si mesmo a Igreja; e no dia da alegria de seu coração, o dia em que Ele regozijou-se porque, por sua Paixão, estava libertando o mundo do poder do demônio. Saí, portanto, e deixai para trás as trevas da descrença, e contemplai, compreendei com suas inteligências que aquele que sofre como homem é realmente Deus. Saí, para além dos portões de sua cidade, para que então possais vê-lo, no Monte Calvário, crucificado.
Expositio in Canticum canticorum, c. 3¹²
Rodapé: ¹² Este é outro dos textos erroneamente atribuídos a Santo Tomás; pertence na verdade a Haimo de Auxerre (? - 865), monge beneditino francês da Abadia de Saint-Germain de Auxerre, prolífico comentarista bíblico - NT.
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