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2023-10-24 22:15:09

Petra Veritatis on Nostr: MEDITAÇÕES PARA O TEMPO COMUM DEPOIS DE PENTECOSTES A VIA UNITIVA 24 DE OUTUBRO ...

MEDITAÇÕES PARA O TEMPO COMUM DEPOIS DE PENTECOSTES

A VIA UNITIVA

24 DE OUTUBRO
Efeitos da contemplação

O rei introduziu-me nos seus aposentos (Ct 1, 3).

I. O rei introduziu-me nos seus aposentos, isto é, em sua doçura, dando-me sua graça. Chama à graça aposentos, no plural, porque dela fluem e se derivam cada umas das virtudes espirituais que aperfeiçoam as diversas potências; e, segundo as várias virtudes e as diversas potências nos alegramos e regozijamos diversamente no Senhor, e aperfeiçoados com estas virtudes derivadas da graça, bebemos de certo modo os vinhos da alegria espiritual dos diversos aposentos.

- In Cant., I

II. A contemplação mitiga as tristezas.

Na contemplação da verdade reside o maior deleite; e, como todo deleite mitiga a dor, a contemplação mitiga a tristeza ou a dor; e tanto mais, quanto mais perfeito amante da sabedoria seja alguém.

Portanto, os homens, pela contemplação das coisas divinas e da futura bem-aventurança, regozijam-se nas tribulações, segundo aquilo de São Tiago: Meus irmãos, tende por um motivo da maior alegria toda a espécie de tribulações que vos afligem (Tg 1, 2). E o que é mais, mesmo em meio aos suplícios corporais se encontra também este gozo, como o manifestou o mártir Tibúrcio, quando com os pés descalços sobre brasas incendidas disse: "Parece-me que ando sobre flores de rosas em nome de Jesus Cristo".

Isto ocorre porque nas potências da alma há redundância do superior ao inferior; e segundo isto, o deleite da contemplação, que está na parte superior, transborda até mitigar também a dor que está nos sentidos.

-S. Th. Ia II, q. 38, a. 4

III. A contemplação adormece o amor das coisas temporais.

Eu durmo, mas o meu coração vela (Ct 5, 2). Diz-se que os contemplativos dormem, porque são indiferentes às coisas sensíveis e exteriores, porém velam com o coração, enquanto que são mais aptos para perceber interiormente as inspirações e efusões divinas; pois assim como os cegos, não distraídos pelas coisas visíveis, recordam melhor, assim os contemplativos, não distraídos pelas coisas exteriores, percebem mais intensamente as inspirações interiores.

IV. Acrescenta e fortifica o amor a Deus.

O amor é forte como a morte (Ct 8, 6). Porque assim como a morte separa a alma do corpo, de tal modo que já não lhe é possível ao homem desejar ou ambicionar nada na vida presente, assim o amor de Cristo faz morrer totalmente para este século e torna como que insensível aquele de quem verdadeiramente se senhoreia, e, vivendo unicamente para Cristo, está morto para o mundo. O mesmo sentido tem a frase: O zelo do amor é duro como o inferno (Ct 8, 6). Porque assim como o inferno nunca devolve os que uma vez recebe, senão que sempre os retêm, igualmente o amor de Cristo não abandona os que uma vez invadiu, por isso diz o Apóstolo: Quem nos separará, pois, do amor de Cristo? Será a tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? (Rm 8, 35).

-In Cant.
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