Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou impaciência com a imprensa ao ser perguntado sobre as medidas para conter os gastos do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Disse não haver nem prazo para divulgá-las nem estimativa de economia para alcançar.
Mas, diante da crise, ele teve de cancelar sua agenda na Europa nesta semana. "O tour pegou mal – não pelo destino, mas pelo timing, já que o dólar se aproximava de R$ 5,90", pontua O Estado de S. Paulo.
Em seu editorial de opinião desta quarta-feira, 6, o jornal afirmou que aquela reação aos questionamentos dos jornalistas foi, "no mínimo, amadora". Mas agora, cancelar a agenda internacional era "uma decisão óbvia para conter a crise, dado que o ministro Haddad é o único capaz de convencer Lula sobre o desequilíbrio fiscal".
"Ausentar-se do país em uma semana conturbada seria o mesmo que assumir uma derrota", avaliou o Estadão.
Na segunda-feira, 4, Haddad afirmou que deve fechar um novo pacote nesta semana. “As coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico”, afirmou. “Penso que estamos na reta final.”
De acordo a Fazenda, nas últimas reuniões ministeriais, “o quadro fiscal do país foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão”. Para o jornal, no entanto, não é o que mostra o ministro.
"O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ameaçou pedir demissão se o governo ousasse propor a revisão dos gastos vinculados à sua pasta, já a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não vê qualquer problema no descontrole de gastos, mas sim nos juros 'estratosféricos' do Banco Central”, lembra a publicação.
Visão da equipe econômica de Lula, segundo o Estadão
Segundo o editorial, até hoje, a equipe econômica parece não ter compreendido os estragos causados pelas mudanças das metas fiscais de 2025 e de 2026. "E assim menospreza a relevância de perseguir o centro da meta fiscal em vez de seu limite inferior", observa o jornal.

Lula da Silva e Fernando Haddad: governo fez este ano movimentos para gastar mais por meio das estatais | Foto: José Cruz/Agência Brasil
O texto critica o fato de os recordes de arrecadação da União não darem conta das despesas.
"Até agora, o governo conseguiu postergar soluções definitivas para a questão fiscal apostando na retórica de Haddad, enquanto Lula da Silva oscilou entre a verborragia a favor da gastança, acenos em apoio ao ministro e silêncio em momentos críticos", analisou o Estadão.
+ https://revistaoeste.com/no-ponto/lula-se-reune-com-ministros-para-discutir-corte-de-gastos/
Para o jornal, o erro foi imaginar que o cenário externo se manteria favorável e permitiria que essa dinâmica entre Lula e Haddad fosse até 2026 sem que o compromisso fiscal tivesse de ser atestado.
O post https://revistaoeste.com/imprensa/governo-lula-menospreza-a-relevancia-de-perseguir-a-meta-fiscal-afirma-emestadao-em/
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