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### Quem é o Papa para os católicos?

O Papa é representante de Cristo na Terra, o chefe da Igreja, a quem Jesus confiou as "chaves do Céu", uma representação do poder do Papa de comandar a igreja e de sua responsabilidade sobre ela.
Ele é cuida de aspectos pastorais e administrativos, como a aprovação de missais, mudanças no Direito Canônico, nomeação, supervisão e manutenção do clero, mas também de aspectos doutrinais e morais.
Diferentemente do aspecto anterior, o administrativo, a liderança do Papa em aspectos morais e doutrinais não são como as anteriores, pois o Papa não tem o poder de mudar o que é moral nem alterar a doutrina da Igreja:

##### Moral

O Papa pode exortar os fiéis, através de homilias, discursos, encíclicas, etc., a como viverem uma vida moral e fiel a sua fé segundo sua época, pois, embora o que seja certo sempre será o mesmo, as relações sociais estão sempre mudando e o mundo está em constante transformação, o que faz necessário apontar novamente o caminho as ovelhas perdidas. Agir moralmente não é seguir cegamente a leis escritas em um papel, é articular sua inteligência com sua realidade para alcançar o bem.

##### Doutrinal:

O Papa apenas pode declarar aquilo que já nos foi revelado pelas Sagradas Escrituras e pela Sagrada Tradição. As Sagradas Escrituras -- os 73 livros da bíblia -- e a Sagrada Tradição -- transmissão do ensino de Cristo de geração em geração através do discurso dos apóstolos, escritos dos Santos Padres (cristãos proeminentes que viveram próximos ao tempo dos apóstolos e primeiros séculos de cristianismo), liturgia e concílios -- já contêm toda a doutrina, porém ela precisa ser aprofundada para todas as suas implicações.
Exemplo, Nossa Senhora foi livre de toda mancha do pecado e, embora não esteja explícito em nenhuma passagem, pode se inferir disso que ela foi livre de corrupções corpóreas que são próprias dos pecadores.

##### Ex Cathedra:

O Papa é infalível, mas somente em assuntos de fé e moral e somente quando pronuncia isso enquanto líder supremo da Igreja. Ou seja, o Papa não é infalível em aspectos como economia, política, futebol ou qualquer outra coisa que não seja assunto de fé e moral. Suas opiniões pessoais ou qualquer posicionamento relativos a fé e moral que não sejam proclamados enquanto líder da Igreja também não estão amparados pela inefabilidade e também não o são quando o proclama sob ameaça.
Também deve-se levar em consideração que não é porque um documento ou pronunciamento goza de inefabilidade que eles sejam inteiramente amparados pela inefabilidade, e sim somente as partes do documento ou pronunciamento que atendam as exigências já explicadas anteriormente.
Nós, católicos, devemos dar total assentimento ao Papa, tratando-se desses assuntos, porém, não devemos ter um espírito rebelde, um espírito que busca sempre atrito com o Papa sempre que não declare algo infalivelmente. Mesmo que não precisemos dar pleno assentimento nesse caso, precisamos dar assentimento religioso e, caso não concordemos, evidentemente podemos discordar, mas de forma respeitosa e amigável, como alguém que busca apontar para o bem, e não para o mal.


#### Non prævalebunt!

Essa autoridade não é natural, afinal de contas, seria impossível que, em 2000 anos de cristianismo, um Papa fosse fiel a esse propósito, mesmo que fosse santo, pois, além do ser humano ser corruptível e maleável, ele também é falho. Nós cremos em sua autoridade pois o Senhor disse:

"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. A ti darei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." Mt 16:18-19

O nome "Pedro" significa "pedra", portanto, Cristo afirma que sua Igreja seria construída sobre Pedro, o primeiro Papa, como uma rocha que, diante das instabilidades e austeridades do mundo, permanece firme e incólume. Além da garantia material, também nos é dada uma garantia sobrenatural de que o inferno não prevaleceria contra sua Igreja.

Caso se tenha interesse, deixarei aqui um vídeo de Steve Ray, apologeta católico, que comenta essa passagem com mais detalhes e profundidade. Colocarei tanto pelo Invidious, caso se queira mais privacidade, quanto YouTube, caso queira velocidade ou as instâncias estejam indisponíveis:

https://inv.nadeko.net/watch?v=RaafOvDAqOE

https://www.youtube.com/watch?v=3yGo4ICiJxM