A primeira coisa da qual aquele que deseja ser um Jnâni (conhecedor) deve se livrar é do medo. O medo é um dos nossos piores inimigos. Em seguida, não acredite em nada até conhecê-lo.
Diga constantemente a si mesmo: “Não sou o corpo, não sou a mente, não sou pensamento, nem sequer sou consciência; sou o Atman”.
Quando você puder jogar tudo fora, apenas o verdadeiro Eu permanecerá.
A meditação do Jnani é de dois tipos:
(1) negar e não se identificar com tudo o que não somos;
(2) insistir no que realmente somos – o Atman, o Ser Único – Existência, Conhecimento e Bem-aventurança.
O verdadeiro racionalista deve prosseguir e seguir destemidamente a sua razão até aos seus limites mais distantes.
Não vai obedecer e parar em nenhum lugar da estrada. Quando começamos a negar, tudo deve ir-se até chegarmos ao que não pode ser jogado fora ou negado, que é o verdadeiro “eu”.
Esse “eu” é a testemunha do universo, é imutável, eterno, infinito.
Agora, camada após camada de ignorância cobre isso de nossos olhos, mas Ele permanece sempre o mesmo.
Como conheceremos o conhecedor?
A Vedanta diz:
“Nós somos Ele, mas nunca poderemos conhecê-Lo, porque Ele nunca poderá se tornar objeto de conhecimento”.
A ciência moderna também diz que não pode ser conhecido. Podemos, no entanto, ter vislumbres dEle de vez em quando.
Quando a ilusão deste mundo for quebrada, ela voltará para nós, mas não terá mais nenhuma realidade para nós.
Conheceremos ela como uma miragem. Alcançar o que está além da miragem é o objetivo de todas as religiões.
Que o homem e Deus são um é o ensinamento constante dos Vedas, mas apenas poucos são capazes de penetrar além do véu e alcançar a realização desta verdade.
Swami Vivekananda
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