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2023-10-20 22:08:35

Petra Veritatis on Nostr: MEDITAÇÕES PARA O TEMPO COMUM DEPOIS DE PENTECOSTES A VIA UNITIVA 20 DE OUTUBRO O ...

MEDITAÇÕES PARA O TEMPO COMUM DEPOIS DE PENTECOSTES

A VIA UNITIVA

20 DE OUTUBRO
O advento do consolo divino

Diz Santo Agostinho: "Quem me dará que venhas a meu coração e lhe embriagues, e que eu olvide os males, e abrace a ti, meu único bem?". Três coisas dispõem a essa vinda.

Primeiro, o desprezo do prazer terreno. Por isso se aconselha aos colossenses: afeiçoai-vos às coisas lá de cima (Cl 3, 2), como dizendo: Não podeis pensar a um só tempo nas coisas celestiais e nas terrenas. E São Bernardo comenta: "Erra totalmente quem pensa que pode mesclar a doçura celestial com esta cinza, o bálsamo divino com este veneno, os carismas do Espírito Santo com os deleites deste mundo. Crês tu que poderás receber a este Espírito puríssimo, se não renuncias aos consolos carnais? Sem dúvida, ao começar, a tristeza se converterá em alegria; porque então se purificará teu coração e será renovada tua vontade; de sorte que o que anteriormente te parecia difícil, e até impossível, encontra-lo-ás depois com muita doçura e avidez".

Em segundo lugar, a meditação piedosa da vontade divina: Ao recordar-me de Deus, gemo; quando repenso, o meu espírito desfalece (S1 76, 4). A este propósito diz São Bernardo: "Não faltará o consolo procedente da recordação de Deus aos eleitos aos quais ainda não se lhes concedeu a plena refeição". Porém principalmente a bondade de Deus, manifestada no homem, é a que deleita ao que medita em Cristo. Sobre aquilo do Salmo: Recordo-me das tuas maravilhas de outrora (SI 76, 12), diz a Glosa: "As maravilhas que Deus concedeu ao gênero humano em suas origens, isto é, que fez a Adão a sua imagem, que recebeu com agrado o sacrifício de Abel e tudo o que fez em favor de Noé, em cuja arca conservou diversas espécies de animais, simbólicas da Igreja; e o que fez com Abraão, cujo sacrifício simbolizava a Encarnação e Paixão de Cristo, seu filho, e por último, que o próprio Senhor veio; eis aqui outros tantos motivos de consolo para o homem santo".

Terceiro, o desejo fervoroso da caridade. Expondo São Bernardo aquela passagem do Salmo: O fogo avança diante dele, e abrasa (S1 96, 3), escreve: "É mister que o ardor do desejo santo preceda a sua face em toda alma, à que Deus há de visitar; ardor que consome toda a imundícia dos vícios, e prepara assim o lugar ao Senhor. Então conhece a alma que o Senhor está próximo. Quando se sente inflamada neste fogo. O mesmo espírito de Deus é quem deseja a formosura desta alma, que vê caminhar no espírito com fortaleza, e que não satisfaz os desejos da carne, principalmente se a vir toda consumida em seu amor. Acode a esta alma que suspira freqüentemente, que ora sem intermissão, se aflige por causa de seu desejo, e se chega a Ele cheia de piedade. Assim, pois, o varão que possua um desejo tal que ambicione veementemente morrer e estar com Cristo, que tenha sede ardente e medite com assiduidade, esse receberá efetivamente a Deus".

- De Humanitate Christi
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