pollyanna on Nostr: eu estou tateando as experiências nesse sentido mais holístico, porque eu sempre ...
eu estou tateando as experiências nesse sentido mais holístico, porque eu sempre fui bastante orientada pelo individualismo, de pensar que os indivíduos é que são responsáveis pelo modo como as coisas estão e, portanto, cabe a eles as mudanças.
mas os pequenos instantes em que vivi algo diferente foram, por exemplo, um pensamento que não surge de mim, mas de um insight depois de um processo de deixar esse eu pequenininho, só o suficiente para sustentar o corpo em estado de presença. um pensamento que surge em composição com uma experiência, e não de um esforço para chegar em um lugar conhecido. uma ideia que surge de um lugar livre de condicionamentos desse eu tão crente de que é algo fixo e sólido.
mas isso que você questiona também é um dos assuntos que mais me interessa investigar. um dia, uns sete anos atrás, comecei a elaborar uma pergunta sobre isso, mas me perdi. vou deixá-la aqui:
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dizer que eu não existo como aparento pressupõe a minha existência. e é claro, eu existo, e até faço essa pergunta, mas que é essa existência singular?
eu não existo inerentemente, só existo em uma relação com tudo o que também existe. é possível, sentir ou pelo menos me dar conta da minha existência singular, daquilo que me é único, que me torna parte indispensável pra que essa composição seja como é? dentro dessa enorme teia de relações, eu consigo encontrar meus contornos, vou chamar de minha essência, sem me distrair com as coisas que eu penso que não são eu?
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eu não sei porquê temos esses corpos separados, mas eu vejo que só existe composição porque somos diferentes. só existe esse ambiente rico em interações e transformações porque somos singulares.
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