A regra dos 3 (ou 4) em Sobrevivência
A “Regra dos 3” em Sobrevivência, popularizada por vários autores e cuja origem e atribuição não é consensual, visa acima de tudo estabelecer e recordar as prioridades que o ser humano deve ter quando se vê numa situação de Sobrevivência.
Desde há bastante tempo que tenho a minha própria interpretação desta regra geral e, para uso pessoal, adaptei-a nos termos daquilo em que entendo ser mais adequado ao conhecimento hoje disponível.
Passei também a designá-la por ” Regra dos 3 (ou 4)” como explicarei mais adiante.
Assim, na sua forma inicial a regra dos 3 alega que o ser humano pode sobreviver :
3 minutos sem ar respirável
3 horas exposto ao frio ou calor em ambiente extremo
3 dias sem água potável
3 semanas sem alimento
Para mim, esta regra faz parte das mais elementares e fundamentais estratégias de Sobrevivência, mas não da forma como muitas das pessoas a empregam. Por essa razão e porque alguns autores alteravam frequentemente o 3 para 4, passei a designá-la por regra dos 3 (ou 4).
O que constato é que a grande maioria das pessoas, algumas com considerável experiência, interpretam muitas vezes esta regra de uma forma digamos, demasiado literal e unicamente dessa forma. Quer isto dizer que se focam no constante número 3, mais do que nas prioridades em si.
Ora, o que tento reforçar sempre que utilizo e menciono esta regra é que o facto de em cada ponto se utilizar o 3 (ou o 4) não é o mais importante pois existem para cada uma destas premissas excepções comprovadas, não deixando estas de ser excepções. Há quem tenha sobrevivido por mais do que 3 minutos sem ar, 3 horas exposto aos elementos atmosféricos, 3 dias sem água e 3 semanas sem alimentos.
O que a regra quer explicar e lembrar é, qual destas necessidades do ser humano tem e deve ter sempre prioridade sobre qual das outras e que cada uma pressupõe que ao ser providenciada encontra já a anterior garantida.
É pois esta regra, uma excelente ferramenta de tomada de decisão para a pessoa em situação de Sobrevivência especialmente quando a capacidade dessa tomada de decisão se encontra ameaçada devido a factores internos e externos que o sobrevivente enfrenta.
Resta-me apresentar-vos a “Regra dos 3 (ou 4)” tal como eu a uso a nível pessoal e tento passar a quem a explico :
A “Regra dos 3 (ou 4) em Sobrevivência
De um modo geral lembrem-se de que o ser humano a priori saudável pode sobreviver
3 a 4 segundos sem raciocinar conscientemente, tomando dessa forma decisões precipitadas e portanto pouco ou nada ponderadas, com influência decisiva na Sobrevivência a curto, médio ou longo prazo. *
3 a 4 minutos sem ar respirável ou em perda massiva de sangue.
3 a 4 horas exposto aos elementos atmosféricos sem protecção adequada.
3 a 4 dias sem água potável em quantidade que permita o mínimo de hidratação para a sobrevivência. Esta quantidade varia de situação para situação e de pessoa para pessoa. De considerar que, não sobrevindo por vezes a morte neste período, podem desencadear-se danos no corpo humano que vêm a provocar a morte algum tempo mais tarde e mesmo após eventual socorro.
3 a 4 semanas sem alimento
3 a 4 meses sem interacção social / esperança no socorro e regresso à vida normal.
Cada uma destas 6 prioridades merece e pode ser estudada e explorada em separado e é só por si extremamente interessante. Deixamos essa aventura para futuros posts. Por agora, saudamos a relevância desta regra tão simples (em teoria) como fulcral (na prática) para nos ajudar a sobreviver em caso de necessidade.
É assim que eu interpreto e explico a famosa regra dos 3 (ou 4).
Qual a vossa opinião? Contem-me tudo aqui nos comentários.
Ricardo HotShots Marreiros
*Por vezes estas decisões podem não ter provocado o pior desfecho ao fim dos 3 a 4 segundos mas, independentemente do que foi feito de seguida, na eventualidade de não sobrevivência chega-se à conclusão de que esta se deveu ao que foi ou não decidido naquele período de tempo. Frequentemente, entram nesta equação, reacções como o pânico e o excesso de confiança nas capacidades próprias ou de outrem, que não encontram correspondência na realidade.
The rule of 3 (or 4) in Survival
The "Rule of 3" in Survival, popularized by several authors and whose origin and attribution is not consensual, aims above all to establish and remember the priorities that the human being must have when he finds himself in a Survival situation.
For quite some time I have been interpreting this general rule as well as, for personal use, adapting it to what I understand to be more adequate to the knowledge available today. I also called it the "Rule of 3 (or 4)" as I will explain later.
So, in its initial form, the rule of 3 claims that a human being can survive :
3 minutes without breathable air
3 hours exposed to cold or heat in an extreme environment
3 days without drinking water
3 weeks without food
To me, this rule is part of the most elementary and fundamental Survival strategies, but not in the way that many people use it. For that reason, and because some authors often changed the 3 to 4, I called it the rule of 3 (or 4).
What I find is that the vast majority of people, some with considerable experience, often interpret this rule too literally and only that way. This means that they focus on the constant number 3, rather than on the priorities themselves.
Well, what I try to reinforce whenever I use and mention this rule is that the fact of using 3 or 4 at each point is not the most important because there are proven exceptions for each of these premises, but they are still exceptions. There are people who have survived for more than 3 minutes without air, 3 hours exposed to the weather, 3 days without water, and 3 weeks without food.
What the rule wants to explain and remind us is, which of these needs of the human being has and should always have priority over which of the others, and that each one presupposes that when provided, the previous one is already guaranteed.
This rule is therefore an excellent decision making tool for the Survivor, especially when the ability to make decisions is threatened by internal and external factors that the survivor faces.
It remains for me to present to you the "Rule of 3 (or 4)" as I use it on a personal level and try to pass it on to those who i explain it to:
The "Rule of 3 (or 4) in Survival
In general, remember that the a priori healthy human being can survive
3 to 4 seconds without consciously reasoning, thus taking hasty decisions and therefore little or no thought, with decisive influence on Survival in the short, medium or long term. *
3 to 4 minutes without breathable air or massive loss of blood.
3 to 4 hours exposed to atmospheric elements without adequate protection.
3 to 4 days without drinking water in an amount that allows the minimum hydration for survival. This amount varies from situation to situation and from person to person. We must consider that, sometimes death does not occur in this period, but damage to the human body can be triggered and lead to death some time later and even after eventual rescue.
3 to 4 weeks without food
3 to 4 months without social interaction / hope for rescue and return to normal life.
Each of these 6 priorities deserves and can be studied and explored separately and is in itself extremely interesting. We leave that adventure for future posts. For now, we welcome the relevance of this rule as simple (in theory) as it is central (in practice) to helping us survive in case of need.
This is how i interpret and explain the famous rule of 3 (or 4).
What is your opinion about it? Tell me all about it here in the comments.
Ricardo HotShots Marreiros
*Sometimes these decisions may not have caused the worst outcome at the end of 3 or 4 seconds, but regardless of what was done next, in the event of non-survival we conclude that this was due to what was or was not decided in that period of time. Often, this equation includes reactions such as panic and overconfidence in one's own or another's abilities, which do not correspond to reality. https://image.nostr.build/5c684572b434df757c52afbd6eacc7d0ecf1ef0c94f3e0067d2255b20099d2b5.jpi