𝚋𝚊𝚝𝚜𝚒𝚚 on Nostr: A ʀᴇɴᴅᴇɪʀᴀ (Adriano Espínola) Na teia da manhã que se desvela, a ...
A ʀᴇɴᴅᴇɪʀᴀ
(Adriano Espínola)
Na teia da manhã que se desvela,
a rendeira compõe seu labirinto,
movendo sem saber e por instinto
a rede dos instantes numa tela.
Ponto a ponto, paciente, tenta ela
traçar no branco linho mais distinto
a trama de um desenho tão sucinto
como a jornada humana se revela.
Em frente, o mar desfia a eternidade
noutra tela de espuma e esquecimento,
enquanto, entrelaçado, o pensamento
costura sobre o sonho a realidade.
Em que perdida tela mais extrema
foi tecida a rendeira e este poema?
Published at
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