Discordo muito. Esse é o problema com os 'idealistas': não entendem sobre a diferença entre teoria e prática. Milei não é uma "salvação" para libertários. O ponto todo dele ser eleito não é "acabar com o estado". O gradualismo não é isso, não é "diminuir o estado/sistema por dentro". A ideia é preparar as pessoas para entender a viver sem o estado.
Justamente por isso, naquele célebre debate sobre o "botão que acaba com o estado" (Kogos vs Osterman), quem defende(u) apertar tal botão não entende que no dia seguinte a um mundo sem estados, as pessoas vão formar novos estados. Em muitos casos, inclusive ainda mais centralizadores e violentos.
Por isso eu apoio e muito Milei como presidente, assim como apoio o Free State Project em New Hampshire. O envolvimento com a política não é um fim em si, senão um meio de se educar as pessoas a entender que, sem estado, estarão muito melhor.
Quer um exemplo que nós vivenciamos? No começo dos anos 90, privatização era um termo que a população brasileira tinha verdadeiro nojo e horror. Após o FMI impor a privatização de estatais como condição de empréstimo no governo Itamar Franco, especialmente em mercado de telefonia, as pessoas não apenas deixaram suas reservas de lado quando às privatizações, como hoje é loucura pensar em voltar atrás. A janela de Overton nesse caso foi arragaçada em favor de um arranjo de mercado (ainda que altamente regulado pelo estado).
A minha esperança é que Milei eduque uma população bem mais soça que a brasileira. E que gerem novos "HoppeAnas" argentinos no futuro, defendendo essa bandeira e avançando a pauta por um futuro sem estado nenhum.