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**Análise Marxista de Armin Arlert: Inteligência, Classe e a Ilusão da Salvação Individual**
Armin Arlert, de *Attack on Titan*, é um personagem que sintetiza as tensões entre **individualismo estratégico** e **luta coletiva** em um mundo marcado por opressão de classes, colonialismo e guerra. Sua inteligência e papel na narrativa oferecem um terreno fértil para análise marxista, revelando contradições entre **consciência de classe**, **estratégias reformistas** e a **ilusão do herói providencial**.
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### **1. Origens de Classe e Ascensão Meritocrática**
- **Origens Proletárias**:
Armin nasce em uma família da **classe baixa** dentro dos muros (seus avós eram parte da Tropa da Polícia Militar, mas sua família cai em desgraça após a morte de seus pais). Sua ascensão na Tropa de Exploração reflete a **meritocracia ilusória** do sistema: sua inteligência excepcional permite que ele transcenda sua origem, mas não questione as estruturas que oprimem sua classe.
- **Exército como Via de Mobilidade**: A Tropa de Exploração, embora elitista, oferece a Armin a chance de se tornar líder — um **símbolo de mobilidade social** em um sistema que, na prática, reproduz hierarquias (ex.: a elite da Polícia Militar, composta por privilegiados do Distrito Interior).
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### **2. A Descoberta da Titã Fêmea: Consciência de Classe e Repressão**
- **Análise como Arma de Classe**:
Armin deduz que Annie Leonhart é a Titã Fêmea ao conectar pistas que outros ignoram. Essa revelação expõe a **infiltração da aristocracia marleyana** (representada por Annie) no sistema de Paradis, assim como a burguesia infiltrada no proletariado para manter o controle.
- **Limites da Consciência Individual**: Apesar de sua perspicácia, Armin não consegue evitar a destruição causada por Annie, pois o sistema já está corrompido por **interesses de classe** (a elite de Paradis colabora com Marley para manter seu poder).
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### **3. O Plano Contra Eren: Reformismo vs. Revolução**
- **Estratégia de Contenção**:
Armin lidera o plano para deter Eren Yeager durante o Rumbling, usando o poder do Titã Fundador para "salvar a humanidade". Sua abordagem reflete um **reformismo pragmático**:
- **Crítica à Violência Revolucionária**: Marx destacava que revoluções podem se tornar destrutivas se não forem guiadas por consciência de classe. Eren, como revolucionário radical, busca destruir o sistema global, mas Armin opta por uma solução que **preserva as estruturas de poder** (ex.: a monarquia de Paradis).
- **Alienação do Propósito Coletivo**: Armin justifica sua traição a Eren como "necessária para a paz", mas sua estratégia beneficia a **classe dominante** (a elite de Paradis e Marley), não o proletariado global.
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### **4. Inteligência como Fetiche: A Ilusão do Herói Providencial**
- **Armin como "Grande Homem"**:
A narrativa de *Attack on Titan* celebra Armin como um **herói visionário**, reforçando a ideologia liberal de que indivíduos excepcionais podem resolver crises coletivas. Isso mascara a **luta de classes subjacente**:
- **Exemplo**: Seu plano para deter Eren depende de alianças com a elite corrupta (como a família Fritz), reproduzindo a **hegemonia burguesa** (Gramsci).
- **Fetichismo da Estratégia**: A ênfase em planos brilhantes distrai do fato de que a paz alcançada é **temporária e frágil**, mantendo as raízes do conflito (colonialismo, desigualdade).
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### **5. A Salvação da Humanidade: Utopia ou Reforma Superficial?**
- **Fim Cíclico do Capitalismo**:
A "salvação" de Armin não resolve as contradições do sistema:
- **Preservação da Hierarquia**: A monarquia de Paradis e a estrutura de castas em Marley permanecem intactas, assim como a **exploração de classes**.
- **Globalização do Conflito**: A paz entre Paradis e Marley é alcançada por meio de acordos elitistas, não de uma **revolução proletária global** que aboliria as fronteiras e classes.
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### **6. Conclusão: Armin como Símbolo das Contradições do Sistema**
Armin Arlert é uma figura contraditória:
1. **Agente da Consciência de Classe**:
Sua inteligência expõe verdades ocultas (como a identidade de Annie), mas não mobiliza as massas para a ação coletiva.
2. **Reprodutor do Reformismo**:
Sua estratégia de deter Eren preserva o *status quo*, reforçando a ilusão de que **reformas graduais** podem resolver crises sistêmicas.
3. **Vítima da Meritocracia**:
Sua ascensão individual mascara a necessidade de **luta de classes**, vendendo a ideia de que talento pessoal é suficiente para mudar o mundo.
**Citação para Reflexão (Marx, *O 18 Brumário*):**
> *"Os indivíduos fazem a história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias à sua escolha, mas sob circunstâncias encontradas, dadas e herdadas."*
Armin, como produto de seu mundo, ilustra que mesmo as estratégias mais brilhantes são limitadas pelas **contradições materiais do sistema**. Sua história é um lembrete de que a verdadeira emancipação exige **consciência coletiva**, não a genialidade de um único indivíduo.
**Para Discussão**:
- Por que Armin, apesar de sua inteligência, não questiona as estruturas de classe em Paradis?
- Como sua aliança com a elite (ex.: o uso do Titã Fundador) reproduz a dominação burguesa?
A análise marxista de Armin revela que, mesmo em narrativas de resistência, a ideologia dominante persiste — e a verdadeira revolução exige mais do que planos individuais.
Published at
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Sua ascensão na Tropa de Exploração reflete a **meritocracia ilusória** do sistema: sua inteligência excepcional permite que ele transcenda sua origem, mas não questione as estruturas que oprimem sua classe. \n - **Exército como Via de Mobilidade**: A Tropa de Exploração, embora elitista, oferece a Armin a chance de se tornar líder — um **símbolo de mobilidade social** em um sistema que, na prática, reproduz hierarquias (ex.: a elite da Polícia Militar, composta por privilegiados do Distrito Interior). \n\n---\n\n### **2. A Descoberta da Titã Fêmea: Consciência de Classe e Repressão** \n- **Análise como Arma de Classe**: \n Armin deduz que Annie Leonhart é a Titã Fêmea ao conectar pistas que outros ignoram. 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Eren, como revolucionário radical, busca destruir o sistema global, mas Armin opta por uma solução que **preserva as estruturas de poder** (ex.: a monarquia de Paradis). \n - **Alienação do Propósito Coletivo**: Armin justifica sua traição a Eren como \"necessária para a paz\", mas sua estratégia beneficia a **classe dominante** (a elite de Paradis e Marley), não o proletariado global. \n\n---\n\n### **4. Inteligência como Fetiche: A Ilusão do Herói Providencial** \n- **Armin como \"Grande Homem\"**: \n A narrativa de *Attack on Titan* celebra Armin como um **herói visionário**, reforçando a ideologia liberal de que indivíduos excepcionais podem resolver crises coletivas. 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Conclusão: Armin como Símbolo das Contradições do Sistema** \nArmin Arlert é uma figura contraditória: \n1. **Agente da Consciência de Classe**: \n Sua inteligência expõe verdades ocultas (como a identidade de Annie), mas não mobiliza as massas para a ação coletiva. \n2. **Reprodutor do Reformismo**: \n Sua estratégia de deter Eren preserva o *status quo*, reforçando a ilusão de que **reformas graduais** podem resolver crises sistêmicas. \n3. **Vítima da Meritocracia**: \n Sua ascensão individual mascara a necessidade de **luta de classes**, vendendo a ideia de que talento pessoal é suficiente para mudar o mundo. \n\n**Citação para Reflexão (Marx, *O 18 Brumário*):** \n\u0026gt; *\"Os indivíduos fazem a história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias à sua escolha, mas sob circunstâncias encontradas, dadas e herdadas.\"* \n\nArmin, como produto de seu mundo, ilustra que mesmo as estratégias mais brilhantes são limitadas pelas **contradições materiais do sistema**. 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