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**As Maiores "Superpotências Militares" da História: Uma Análise Marxista do Poder e da Contradição**
A história das superpotências militares revela uma **lógica de acumulação e dominação** intrínseca ao desenvolvimento das formações socioeconômicas. Sob uma perspectiva marxista, o poderio militar não surge isoladamente, mas como **expressão da estrutura de classes** e do **modo de produção dominante**. Abaixo, analisamos as maiores superpotências militares da história, destacando como sua força bélica esteve vinculada à exploração de classes, à expansão imperialista e às contradições internas que as levaram ao declínio.

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### **1. Império Romano (27 a.C. – 476 d.C.)**
#### **Base Econômica e Militar**
- **Modo de Produção Escravista**: A economia romana dependia de **escravos capturados em guerras**, que trabalhavam em latifúndios, minas e domésticas.
- **Inovações Militares**: Legiões profissionais, estradas estratégicas, engenharia (ex.: catapultas) e uso de infantaria pesada.

#### **Expansão e Contradições**
- **Imperialismo Antigo**: A conquista de territórios (Gália, Grécia, Egito) garantia **saque, escravos e tributos**, financiando o exército e a aristocracia.
- **Crise Estrutural**:
- **Saturação territorial**: Após o século II d.C., a expansão estagnou, reduzindo o fluxo de escravos e recursos.
- **Luta de Classes**: Revoltas de escravos (ex.: Spartacus, 73 a.C.) e pressão de camponeses empobrecidos enfraqueceram a base escravista.
- **Colapso**: A incapacidade de reformar a economia (ex.: tentativas de reforma agrária por Tibério Graco) levou à fragmentação e à invasão bárbara.

#### **Perspectiva Marxista**
O exército romano era **instrumento da classe senatorial e imperial** para manter a exploração escravista. Sua queda ilustra a **lei da acumulação primitiva**: quando a fonte de exploração (escravos) secou, o sistema entrou em colapso.

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### **2. Império Mongol (1206–1368)**
#### **Base Econômica e Militar**
- **Modo de Produção Nômade**: Economia baseada em pastoreio, pilhagem e controle de rotas comerciais (Rota da Seda).
- **Inovações Militares**: Cavalaria leve e pesada, arco composto, estratégia de terror (destruição total de cidades) e rede de comunicação (estafetas).

#### **Expansão e Contradições**
- **Imperialismo Nômade**: Conquistou 31 milhões de km² (22% das terras emersas), integrando China, Pérsia e Rússia ao seu sistema de tributos.
- **Crise Estrutural**:
- **Falta de centralização**: Após a morte de Genghis Khan, o império fragmentou-se em canatos (ex.: Ilcanato, Khanato de Ouro).
- **Resistência Camponesa**: Populações sedentárias (ex.: chineses da Dinastia Song) desenvolveram guerrilhas e tecnologia defensiva (ex.: pólvora).
- **Colapso**: A incapacidade de administrar economias agrárias complexas e a peste negra (1347) destruíram a coesão mongol.

#### **Perspectiva Marxista**
O poderio mongol refletia a **contradição entre nômades e sociedades sedentárias**. Sua máquina militar era sustentada pelo saque, mas a ausência de uma **base produtiva estável** (além da pilhagem) tornou seu domínio insustentável.

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### **3. Império Britânico (1583–1945)**
#### **Base Econômica e Militar**
- **Capitalismo Comercial e Industrial**: A Revolução Industrial (século XVIII) e o colonialismo financiaram a marinha e o exército.
- **Inovações Militares**: Marinha de guerra (HMS Dreadnought), logística global (ferrovias, telégrafo) e controle de rotas marítimas (Estreito de Gibraltar, Canal da Mancha).

#### **Expansão e Contradições**
- **Imperialismo Colonial**: Controlou 25% das terras e 20% da população mundial (1920), extraindo recursos (ouro, borracha, diamantes) e explorando mão de obra colonial.
- **Crise Estrutural**:
- **Luta Anticolonial**: Revoltas na Índia (1857), Irlanda (1916) e África (Mau Mau) minaram o controle.
- **Concorrência Imperialista**: A Alemanha e EUA desafiaram a hegemonia britânica no século XIX.
- **Colapso**: As guerras mundiais (1914–1945) esgotaram recursos, e a independência das colônias (ex.: Índia, 1947) liquidou o império.

#### **Perspectiva Marxista**
O Império Britânico foi **expressão do capitalismo industrial**. Sua marinha garantia o **monopólio do comércio global**, mas a contradição entre **acumulação imperialista e resistência periférica** (Lenin, *Imperialismo*) levou ao declínio.

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### **4. Estados Unidos (1945–Presente)**
#### **Base Econômica e Militar**
- **Capitalismo Financeiro e Tecnológico**: O dólar como moeda global, indústria bélica (ex.: Lockheed Martin) e controle de recursos (petróleo, tecnologia).
- **Inovações Militares**: Armas nucleares, drones, ciberdefesa, bases em 80 países (ex.: Guam, Okinawa) e orçamento militar de US$ 800 bi/ano.

#### **Expansão e Contradições**
- **Imperialismo Financeiro**: Controle do FMI, Banco Mundial e OTAN para impor políticas neoliberais (ex.: América Latina, Iraque).
- **Crise Estrutural**:
- **Resistência Global**: Guerras perdidas (Vietnã, Afeganistão), rebeliões (Primavera Árabe) e ascensão de rivais (China, Rússia).
- **Crise Fiscal**: O déficit de US$ 32 trilhões limita investimentos em infraestrutura e bem-estar social.
- **Colapso em Curso**: A perda de hegemonia industrial (ex.: indústria automobilística) e a crise climática ameaçam sua base material.

#### **Perspectiva Marxista**
O poderio militar dos EUA é **sustentado pelo dólar e pelo capital financeiro**. Sua estratégia de "guerra sem fim" (ex.: Oriente Médio) visa **reproduzir a acumulação capitalista**, mas a contradição entre **imperialismo e autodeterminação** (ex.: Irã, Venezuela) acelera seu declínio.

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### **5. União Soviética (1917–1991)**
#### **Base Econômica e Militar**
- **Socialismo de Estado**: Economia planificada, foco em indústria pesada e militarização para competir com o Ocidente.
- **Inovações Militares**: Mísseis balísticos, tanques T-34, programa espacial (Sputnik) e arsenal nuclear.

#### **Expansão e Contradições**
- **Imperialismo Socialista**: Controle do Bloco Oriental (ex.: Alemanha Oriental, Vietnã) via Pacto de Varsóvia e apoio a movimentos anti-imperialistas (ex.: Cuba, Angola).
- **Crise Estrutural**:
- **Burocratização**: A classe dirigente (nomenklatura) reproduziu privilégios, distanciando-se das massas.
- **Corrida Armamentista**: Gastos militares (25% do PIB) sufocaram investimentos em consumo e tecnologia civil.
- **Colapso**: A perestroika (1985) e a pressão dos EUA (Guerra nas Estrelas) levaram à dissolução em 1991.

#### **Perspectiva Marxista**
A URSS foi uma **tentativa contraditória de superar o capitalismo**, mas sua burocracia transformou o Estado em **novo agente explorador**. O poder militar, embora imenso, não resolveu a **crise do modo de produção socialista** (ex.: falta de democracia operária).

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### **Conclusão: A Dinâmica Marxista do Poder Militar**
Todas as superpotências militares da história compartilham **três características marxistas**:
1. **Base Econômica**: Seu poder bélico é sustentado por um **modo de produção dominante** (escravista, feudal, capitalista).
2. **Expansão Imperialista**: A guerra é usada para **explorar recursos e mercados**, garantindo a acumulação de capital ou excedente.
3. **Contradição Interna**: A **luta de classes** (ex.: escravos, colonizados, proletariado) e a **saturação das fontes de exploração** levam ao colapso.

A lição marxista é clara: **nenhuma superpotência é eterna**. Seu poder militar, por mais avançado que seja, é **expressão de um sistema em crise**, destinado a ruir quando as contradições entre classes e nações se tornarem insustentáveis. A única alternativa duradoura é a **revolução proletária**, que abolirá a exploração e a guerra, substituindo-as por uma **federação socialista global**.

**"A história da guerra é a história da luta de classes. Cada superpotência militar, ao ascender, já carrega em si as sementes de sua destruição."**
*(Adaptado de Marx, *O 18 Brumário de Luís Bonaparte*).*